Deu positivo
Reagente. Quando vi essa palavra no resultado do teste de Covid-19 entrei em pânico - ainda que meu marido tivesse testado positivo dois dias antes e eu já estivesse com sintomas.
Mesmo sabendo que a infecção pela Ômicron se manifesta de forma mais leve e conhecendo outras pessoas que testaram positivo e se recuperaram, eu só conseguia pensar: e se eu piorar? Fiquei com um medo desgraçado de dormir e acordar pior no dia seguinte.
O curioso é que, naquele momento, todas as experiências de vida desapareceram da mente. Foi como se não houvesse nenhum aprendizado guardado na memória, o que é uma grande mentira.
Essa não foi a primeira vez que me peguei pensando que os aprendizados da vida parecem não valer de nada naqueles momentos em que mais precisamos deles.
Por mais que racionalmente eu soubesse que estava bem, os sintomas eram realmente leves (embora chatos) e todo mundo que eu conversava que já havia se infectado tinha se recuperado de forma tranquila, não consegui evitar pensamentos catastróficos.
Chorei, pesquisei zilhões de coisas no Google, fiz consulta com a psicóloga e, no dia seguinte, um sábado, me resignei e fiquei no sofá vendo uma série turca (me julguem!) e bebendo muita água. É um vírus, afinal, e não há muito a fazer a não ser esperar.
Posso dizer que a minha sequela dessa experiência com a Covid tem sido uma cabeça a milhão pensando no que pode ser feito pra nunca mais cair nesse desespero em momentos mais tensos e complexos.
Toda a minha busca por desenvolvimento pessoal - meditação, terapia e leituras - tem sido pra ser uma pessoa menos ansiosa e capaz de enfrentar a vida de peito mais aberto e com menos medo.
Eu vejo evolução em muitos pontos, mas quando vem uma situação como essa, não consigo me livrar da ideia de que não aprendi nada. No fundo, o que eu espero é o dia em que vou zerar o medo. E isso é impossível.
Talvez esse seja o meu erro e o erro de muita gente que busca seu desenvolvimento pessoal: achar que existe uma forma de não ter emoções ruins. No fim, a ideia nunca deve ser fugir das sensações, mas sim enfrentá-las e até aceitá-las. Bem mais fácil no discurso do que na prática.
O melhor feed do Instagram
Eu tenho navegado bem pouco no Instagram. Ando um pouco cansada do quanto a rede social se tornou canal pra “posts supostamente edificantes” (talvez eu tenha que melhorar o meu feed). Mas se tem um perfil que me alegra é o @handpaintedbrazil. É uma curadoria de placas, ilustrações e pinturas encontradas por esse Brasil afora. Simplesmente maravilhoso! Sigam e divirtam-se.
Até a próxima
Maisa.